A Capela dos Ossos de Campo Maior é um dos mais significativos e originais exemplos de arte funerária cristã em Portugal, dada a sua singularidade estética. Pouco se sabe sobre a construção da Capela dos Ossos em si, tendo sido provavelmente promovida pela Confraria das Almas de Campo Maior por volta do ano de 1766.
Esta capela está profundamente ligada a um episódio histórico incontornável: a explosão do paiol do castelo devido à queda de um raio, após a qual metade da vila ficou destruida, tendo sido contabilizados 316 mortos e cerca de 2 mil feridos segundo os registos locais.
Reza a lenda popular que a capela foi decorada com as ossadas dos mortos dessa explosão. Através do processo de restauro, e do estudo antropológico e arqueológico percebeu-se que os ossos do interior da capela não apresentam sinais de impactos violentos o que significa que esta lenda não terá base sustentável.
Presume-se que os ossos da capela sejam provenientes do adro da Igreja Matriz, totalmente redesenhado aquando da reconstrução da vila após a explosão.
Efetivamente, durante a escavação arqueológica do adro para a promoção da acessibilidade à Igreja Matriz, apenas foram identificados muitos ossos dispersos. A inexistência de ossos longos e crânios parece apontar para que esta área do espaço funerário que envolve a Igreja tenha sido remexido, e que os ossos aqui ausentes tenham sido eventualmente aproveitados para integrar o interior da Capela dos Ossos, uma vez que a datação atribuível aos vestigios encontrados aponta para o século XVIII, altura da construção da mesma.