Este percurso pretende apresentar ao visitante um conjunto de ruas que constituem o tecido urbano mais antigo da vila e que, ao mesmo tempo, homenageiam habitantes ilustres, que marcam momentos importantes da sua história ou que apresentam características arquitectónicas a visitar.
1 – Largo do Barata
O ponto de partida deste trajeto é o Largo do Barata, ou melhor, d’Albuquerque Barata, pai do ilustre Visconde d’Olivã. Este largo é também conhecido por Terreiro da Estalagem, Largo do Assento (edifício que alberga o Museu Aberto e a Casa das Flores), Largo da Lagoa ou Alagoa.
2 – Rua da Costanilha Alta
Saindo da Casa do Assento e virando à direita, começamos a subir uma rua cujo nome, de origem castelhana, advém do facto de se tratar de uma calçada íngreme: A Rua da Costanilha Alta.
3 – Praça Velha
A Rua da Costanilha Alta conduz-nos à Praça Velha, antigo centro principal da vila. De entre as ruas a que a Praça Velha dá acesso, destaca-se a General Rodrigues da Costa, o qual, em 1908, presidiu à Comissão de Oficiais do Exército para as comemorações do centenário da Guerra Peninsular.
4 – Rua Beatriz da Silva
Contornando à esquerda, e deixando para trás a Praça Velha, entramos na Rua de Santa Beatriz da Silva (também conhecida por Rua da Barreira), uma das mais ilustres figuras da história de Campo Maior.
Nasceu nesta vila em 1424 e foi fundadora da Ordem (contemplativa) da Imaculada Conceição (também conhecidas por Concepcionistas Franciscanas). Irá passar por um pequeno oráculo e um painel de azulejo que assinalam o edifício onde nasceu e viveu a Santa Beatriz.
5 – Rua Vasco Romão
Quase no fim da Rua de Santa Beatriz, do lado esquerdo, encontra-se a Rua Vasco Romão, cuja inclinação faz com que também seja conhecida por Rua Quebra-Costas. A descida desta rua, relativamente estreita e muito sinuosa, transporta-nos para tempos mais antigos e faz-nos sentir verdadeiramente integrados na malha urbana da vila medieval.
6 – Rua Direita
No final da Rua Vasco Romão entramos na Rua Direita, que seguimos pela esquerda e, no cruzamento, continuamos pela Rua de Ramirez.
7 – Rua de Ramirez
A Rua de Ramirez, uma das mais antigas da vila, poderá estar associada à congregação dos clérigos de Ramirez, também presentes em Évora. Ao entrar nesta rua, observe-se o primeiro edifício à direita que possui no peitoril um baixo-relevo. Segundo a tradição popular, as populações que viviam dispersas pelos campos e por isso mais vulneráveis a ataques, decidiram procurar o maior campo por entre a floresta existente e aí residir. O baixo-relevo que aqui encontramos representa três rostos, diz-se que dos primeiros homens que habitaram em Campo Maior. Passando por um belo exemplar de arquitetura do século XIX, vire na primeira à esquerda: Rua João Rosado.
8 – Rua João Rosado
A Rua João Rosado é também conhecido como Rua de Cigano. De acordo com a tradição oral, aqui terá residido um negociante de gado que se tornou num lavrador abastado.
9 – Largo do Barão de Barcelinhos
A Rua João Rosado conduz-nos ao Largo do Barão de Barcelinhos (também conhecido por Largo do Terreiro, ou simplesmente Terreiro), mais tarde designado por Visconde de Ouguela. O Visconde destacou-se pelo caráter filantropo e idealista. Em 1867, assumiu a chefia da comissão que defendeu junto do governo e do rei a defesa da continuação do município, ameaçado de extinção pela reforma administrativa.
10 – Rua Estreita
Voltando poucos metros atrás, seguindo novamente pela Rua João Rosado, encontramos à esquerda, a Rua Estreita. A rua, efetivamente estreita, apresenta alguma inclinação que termina no Largo Dr. Regala. Durante o percurso, podemos já antever uma das torres sineiras da Igreja Matriz de Campo Maior.
11 – Largo Dr. Regala
José Maria da Fonseca Regala, apesar de natural de Ílhavo, foi médico municipal em Campo Maior e aqui exerceu grande influência. Este largo é também conhecido por Largo da Matriz ou Largo da Igreja Nova. Pela saída mais larga do largo e virando à direita, continuamos o percurso pela Rua 1.º de Maio.
12 – Rua 1.º de Maio
Antigamente designada por Rua Visconde Seabra, a Rua 1.º de Maio foi assim denominada após o 25 de Abril de 1974. Nesta rua podemos observar interessantes exemplares de arquitetura civil do século XIX, de que se salientam os motivos decorativos, bem como alguns elementos arquitetónicos ao nível das janelas e das portas.
No final do quarteirão, esta rua é intercetada, à esquerda, pela Rua Lourenço Caiola e, à direita, pela Rua Dr. Luís Abranches. A primeira (anteriormente designada Mouraria de Baixo), homenageia um antigo campomaiorense, oficial superior do exército, jornalista, escritor, professor e redator do Diário de Notícias. Ainda nesta rua podemos observar um belo exemplar de arquitetura civil brasonado.
13 – Rua Dr. Luís Abranches
Seguimos pela Rua Dr. Luís Abranches (antiga Mouraria de Cima) que homenageia um ilustre médico residente nesta vila, embora natural do concelho de Tábua.
14 – Rua 13 de Dezembro
Seguindo a Rua Dr. Luís Abranches até ao final, cruzamos a Rua Major Talaya, antigo major do exército que defendeu a fortaleza de Campo Maior por altura das invasões francesas, e encontramos a Rua 13 de Dezembro. Esta rua assinala a data em que a população de Campo Maior se revoltou e entrou em greve geral, como forma de protesto contra a decisão tomada em 1867, de extinguir Campo Maior como sede de concelho. Nesta rua podemos observar diversos edifícios de arquitetura civil com elementos arquitetónicos, ao nível das janelas, sacadas e portais que nos remetem para uma cronologia moderna/contemporânea.
15 – Praça da República
Da Rua 13 de Dezembro sai uma pequena artéria que nos conduz ao final deste roteiro: a Praça da República. Anteriormente conhecida por Praça de D. Luís I ou Praça Nova (por oposição à Praça Velha, junto ao castelo), esta praça acolhe o Pelourinho da Vila e a Câmara Municipal, instalada num belo edifício do século XVII.